quarta-feira, 4 de julho de 2012

Anormalidades

Porque diabos as pessoas gostam de sair por aí dizendo que não são normais? Alguém falou que isso era legal e eu perdi?
Ainda tem aquelas que dizem que o silêncio é a melhor resposta, quando essa frase já é uma resposta e, portanto, deixa de ser silêncio.
Gritam que não estão nem aí para a opinião das pessoas, quando esse "grito" já representa que a opinião das pessoas importa sim.
Porque o pessoal que diz gostar de rock faz questão de dizer que "sou rockeiro sim, e daí?". Nunca vi ninguém se incomodando com isso, além dos próprios "rockeiros". 
No dicionário, o significado da palavra anormal é: "desequilibrado, louco, cujo desenvolvimento intelectual é defeituoso.". Não conheço ninguém com tais caracterírticas ser capaz de admitir que é normal ser anormal.
Ainda mais, no dicionário, o significado de silêncio é: "silêncio mortal, silêncio absoluto. Guardar silêncio, calar-se.". Ou seja, se você fala que é melhor o silêncio, está indo totalmente contra o significado do que a palavra representa.
De repente, as pessoas começaram a ter necessidade de criar um personagem virtual bem diferente do que a pessoa é no mundo real, tenho um exemplo vivo disso na minha casa. As vezes, fico observando e tentando entender o motivo de se transformar num mutante. Para mim, mutantes tinham super-poderes e não babaquices.
Não sou nenhum exemplo de nada, mas, sinceramente, coisas pelas quais eu "não estou nem aí" não merecem que eu fique auto-afirmando isso o tempo todo. Além disso, não sei porque é legal se auto-denegrir. De onde surgiu essa ideia?
Talvez as redes sociais sejam o fim da humanidade, com a diminuição do intelecto das pessoas ao usá-las e a tentativa desesperada por um pouco de atenção. O filme Wall-E, de Adrew Stanton, tentou mostrar que a evolução da tecnologia faria uma humanidade mais burra, mais gorda. Eu trocaria a tecnologia pelas redes sociais.
Como acha Ford Prefect, um habitante de outro planeta do livro O Mochileiro das Galáxias, os humanos são entediantes e sem graça.
Quem sabe a única louca seja eu, que fica perdendo tempo escrevendo sobre coisas que me incomodam quando deveria apenas deixar que as pessoas enlouqueçam e achem o máximo suas mutações virtuais. Afinal, não importa quão babacas formos, o importante e dar ibope!

9 comentários:

  1. opinião valida para milhares de contexto.

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  2. Na verdade, acho o assunto fascinante e o seu comentário foi bem pontual. Nitsuh Abebe escreveu um ensaio em maio do ano passado (http://pitchfork.com/features/why-we-fight/7977-why-we-fight-14/) questionando e tentando dar respostas às mesmas perguntas que você fez.

    O argumento dele gira em torno da atração exercida pela transgressão entre os adolescentes e adultos jovens. Para ele, as pessoas acreditam que qualquer forma de expressão - que de algum modo agrida ou tente romper com limites estabelecidos pelas instituições tradicionais - é merecedora de aplauso pelo simples fato de tentar transgredir.

    Há sim pessoas que "falam que 'isso' é legal" por aí. Lady Gaga, por exemplo, alardeia aos quatro ventos: "Ponha suas patas pra fora, pois você nasceu assim". Mas o que exatamente é considerado anormal? Ser você mesmo? Que tipo de comportamento pode ser realmente considerado transgressor? É nessa generalização do que é "anormal" que reside a questão principal.

    Essa "mutação" entre o ser real e o ser virtual dá muito assunto por vir também. Acho que depende de cada um tentar ser o mais consistente possível. A "anomalia" residir somente no alter-ego praticamente imaterial de Twitter, ou Facebook, ou Whatever, só inspira descrédito. Talvez isso seja somente uma questão de maturidade na forma como as pessoas utilizam as ferramentas de expressão de que se dispõe atualmente. Eu torço para que seja e, portanto, que todos amadureçam um dia. ;-)

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  3. Muito bom o texto, uma forma de extravasar com a opinião e não acomodar com o que incomoda. Realmente as pessoas não precisavam sair por ai afirmando anormalidade ou indiferença, mas isso é reflexo de um ego machucado necessitando atenção.

    Parabéns pela iniciativa de manter-se escrevendo sobre temas que surgem no cotidiano confuso dos pensamentos.

    ;)

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  4. ooi,gostei do seu blog, poderiamos ser parceiros?
    faço design também
    o meu é jardimemfoco1.blogspot.com.br
    abraço.

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    1. Oi, Jardim em foco! :-)

      Essa é uma boa proposta, entre em contato comigo pelo email: ahyalla@gmail.com.

      Abraço!

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  5. Caramba. Bom texto, conseguir ler tudo sem pular.
    Só não criei coragem pra ler todos os comentários.
    Parabéns! Copiado. kkk

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  6. Achei interessante o seu comentário e visão do termo, foi sincera e mostrou o que realmente as pessoas enxergam quando escutam esse termo.

    Muito das pessoas vêm falando a seguintes frases: "Cansei de ser normal" , "Não vejo graça em pessoas normais" ou "Não tem sentido ser normal" ... Mas nesse caso, o que seria não ser normal?


    A ideia da criação do termo "anormal" na atualidade não tem significado direto ao do dicionário. Não é o fato de você ser uma pessoa louca ou defeituosa, mas é de certo modo como é vista pela sociedade. Pegando o exemplo do povo brasileiro, só o ato de você não acompanhar as novelas, ter uma rotina diária de leitura e não estar na "onda" das músicas populares. Ser uma pessoa anormal nada mais é que andar o oposto da sociedade, não exatamente de um modo ruim, mas sabendo o que você quer e evitar o que acredita degenerar na sua vida; um exemplo maior está entre os jovens que não aderem a bebidas alcoólicas, que para seus amigos, é algo fora do comum ou apenas para protestantes e demais seguidores religiosos.

    A tecnologia para poder crescer tem que ter um nível intelectual mais apurado, só que essa evolução não fica apenas para os mais intelectuais, e sim, passando para toda a sociedade.

    Geralmente, as pessoas mais intelectuais não necessariamente gostam de se destacar nas redes sociais, elas tendem a criar grupos ou blogs para fins de conhecimentos e debates, já as pessoas que contém um intelecto inferior, preferem crescer junto pelas redes sociais por ser um meio mais simples de mostrar as ideias deles (o que nem sempre existe) ou por simplesmente ser o único modo deles puxarem a atenção a eles, afinal, todos tem um facebook hoje em dia, e o que mais aparece é as atualizações de contatos e demais grupos que são curtidos.

    A tecnologia avança para o bem da sociedade e, mas infelizmente, muitas dessas tecnologias facilitam tanto a vida humana, que muitos deixam de fazer algumas atividades e, em alguns casos, até mesmo de pensar.

    No que você citou sobre O Mochileiro das Galáxias, é baseado de como é formado a história: "... a maioria de seus habitantes (seres humanos) estava quase sempre infeliz. ..." (infelizmente tem sido nossa realidade).

    A anormalidade, se assim posso falar, é simplesmente o ato de viver independente de como a sociedade lhe veja. Seja apenas você, sem se importar de como as pessoas vão pensar do que você gosta, ouve, dança, brinca e etc etc etc....

    Por fim, cada um é feliz na sua própria maneira.

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    1. Quando escrevi esse texto, a ênfase foi para aquelas pessoas que se dizem "anormais" e seguem os padrões da sociedade. Não as pessoas que são, realmente, diferentes, mas não precisam sair gritando aos quatro ventos que são diferentes.

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