segunda-feira, 17 de março de 2014

Uma nação que deseduca


Os textos dele tiram-me o fôlego, falou como um músico que é e um educador que foi. Falou como quem tem experiência sobre o que trata.
Gosto de tudo que ele faz, é difícil encontrar palavras que possam definir a pessoa dele. Gosto, principalmente, de compartilhar tudo que ele compartilha comigo. Deliciem-se!

"Viva a neo colonização da “sacrossanta burrice” lançada, desde a década de 90 e em pleno vigor, até os dias atuais, no nosso querido “Planeta Nordeste”. 

Infelizmente, é esta a herança concedida a uma geração que corre um tremendo risco de se tornar incapacitada por uma mídia promíscua e inescrupulosa... Em referência, gostaria de citar, a título de exemplo, algumas expressões veiculadas através do “forró atual” (aquele que “tá istorado” – veja bem o nível do termo), mas, se o fizesse, apenas estaria reforçando a onda... Até porque todos conhecem, já que somos obrigados a ouvir essa “ditadura da aberração” que nos chega sem pedir licença, em qualquer via pública.

Digo, com toda propriedade, que, enquanto houver burrice, haverá sempre um lugar para este tipo de gosto e de atitude. E como essa “classe” representa um grande número, dentro do contingente regional, por causa do costume que vem imbecilizando a tantos, diariamente e há tanto tempo, torna-se impossível apostar num futuro qualquer para este país, onde prolifera a indigência mental (Não vamos falar do "funck", porque é outra aberração - não o ritmo, mas o estilo da grande maioria das "composições", se é que se pode chamar assim). 

”Ai, mas o povo gosta !” (É assim que os novos Pilatos se esquivam, enquanto lavam as mãos na lama, porque também curtem).

Sinceramente, aqui há pessoas que conseguem causar vergonha a qualquer nação do Terceiro Mundo, apesar de toda a mal empregada tecnologia de ponta que, nem de longe, combina com certos tipos de “show”. 

Resta saber: Qual é o plano de INVESTIMENTO EDUCACIONAL que poderia surtir um bom efeito num contexto social como este? Ou melhor: “QUEM VAI SALVAR A NOSSA JUVENTUDE DA DERROCADA TOTAL?” – NINGUÉM, POIS, ASSIM COMO EXISTE A INDÚSTRIA DA SECA, EXISTE TAMBÉM A DA IDIOTICE E ESTA FATURA MILHÕES! A QUEM, PORTANTO, INTERESSA UM PROJETO AUTENTICAMENTE EDUCATIVO, SOB O RISCO DE SE PERDEREM MILHARES DE ELEITORES? Sim, porque os pequenos eleitores já estão viciados, do modo como se espera que eles fiquem, para poder encurralá-los... (O jogo é demasiadamente sujo) A quem interessa (repito) formar uma massa de cidadãos críticos, para verem desaparecer no ar “os mais belos paradigmas”, como, por exemplo: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo!?”- (digno de um gênio, esse...).

ENQUANTO ISSO, FINGE-SE, A CADA ENVIO DE VERBAS, ESTAR CUIDANDO DO FUTURO DAS NOSSAS CRIANÇAS... QUANTA CRETINICE! ONDE ESTÁ A VERDADEIRA PEDAGOGIA, NUMA CONCORRÊNCIA TÃO CONTRADITÓRIA E DESLEAL COMO ESTA? A QUEM PENSAM ESTAR ENGANANDO? (A SI MESMOS, CERTAMENTE)... 

Penso que a grande escapada dos “profissionais da educação” – não dos verdadeiros educadores – está exatamente no “Relativismo” que anestesia o pensamento de muitos, na tentativa de sufocar o senso crítico, pois é preciso manter a clientela, senão as verbas não vêm.

Manter compromisso com qual educação e para que, não é mesmo? Mas, meus queridos, cuidado: - Isso não dura para sempre e nos envergonha bem mais do que as pobres vítimas iletradas deste sistema de coisas, desta nação que deseduca e caminha, diariamente, de olhos vendados... O debate continua... (A PALAVRA ESTÁ FACULTADA)"


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dá-me

Uma bela tentativa de definir o amor, escrito pela minha grande amiga Luana Barros:


"Dá-me uma definição do que é o amor! Então me dá uma definição EXATA do que é o amor.

Para Machado de Assis, “A melhor definição do amor não vale um beijo”; para Clarice Lispector, “No amor, a riqueza está na doação mútua”; Renato Russo já dizia que “Se o amor é verdadeiro não existe sofrimento; ao contrário de Russo, Zé Ramalho cantava que o sinônimo de amar é sofrer”.  Mas, para Camões, aquele que é mais citado entre os apaixonados como o criador do melhor poema que explica mais a fundo o significado do amor, “Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.”

Identificou-se com todas as descrições?! É, eu também! Mas ainda não encontrei a definição exata do que seja esse sentimento chamado “amor”, onde, por dó, todos andam citando como se fosse um “boa noite” ultimamente.

Bem, o que posso dizer é que a explicação exata, para descrever esse sentimento, não existe! Acredito que descrever-lo seria a mesma coisa que descrever o sentido da vida ou o quê e como é deus. Não faz sentido procurar explicar essas coisas, a gente simplesmente sente. Para cada pessoa, o amor é diferente. Assim como amor entre pais e filhos, entre irmãos, primos e amigos. Às vezes amamos mais um amigo do que um parente próximo.

Talvez o amor seja isso: algo sem explicação. No entanto, entre casos e acasos, estamos sempre nos identificando com algo que escrevem sobre ele. Quem nunca amou ou sofreu uma decepção e começou a ver a descrição do seu sentimento, ou estado emocional, em cada frase posta nas redes sociais, em uma música ou até mesmo um poema?! Ao mesmo tempo, quando o momento passa, discordamos, por vezes, do que foi dito e que antes nos identificávamos.

Mas, peraí! Emocionalmente e apaixonadamente falando, ainda há outra pergunta: Só amamos uma vez, por toda a nossa vida e exageradamente até a eternidade, desde a maternidade; a mesma pessoa, como é descrito na composição da música “Eu Sei Que Vou Te Amar” (cantada por Vinícius De Moraes) e “Exagerado” (cantada por Cazuza) ou, é como diz Florbela Espanca, “Quem disser que pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente”?

Bem, partindo de um refletir sobre todas essas descrições acima do que é esse sentimento, dei conta que cada um sente seu amor diferente e o descreve como tal. Mas, ao mesmo tempo, é parecido ao ponto de outras pessoas se identificarem com o que já foi escrito sobre ele.

Parafraseando tudo que acima foi citado, pra mim, o amor é uma criança levada que te faz feliz e sorridente; que te contagia a cada momento, te emocionando a cada passo de sua evolução e convivência; que te faz ficar de bem com a vida e levá-la contentimente com um ar contagiante de alegria por onde passa, fazendo, assim, você enfrentar os seus problemas diários com mais calma; é algo que te faz evoluir e amadurecer. Entretanto, essa criança levada te dá trabalho em alguns momentos; faz raiva e até mesmo chorar, te deixando com os nervos à flor da pele por ter desobedecido ou ter te decepcionado por algo- afinal de contas, ninguém é perfeito e nem veio à esse mundo para suprir completamente a necessidade dos outros. 

No entanto, é com essa criança que penetramos no sentido da vida e aprendemos a ser melhores, pois o amor- seja lá como ele for ou quantas vezes vierem em forma de ser- se não fizer o bem, o mal servirá como aprendizagem.


Luana Barros"

sábado, 6 de julho de 2013

Inveja

Não sei vocês, mas eu morro de inveja das pessoas. Eu queria ser um pedaço de cada pessoa interessante que conheço.

Queria ter a loucura da Tati Bernardi. A inteligência da Juliana Cunha. O romantismo da Patricia Corso. A safadeza do Paulo Bono. A intensidade da Adriana Calcanhotto. Ser piegas como a Verônica Heiss. Ter a malandragem inteligente do João Arthur. E, principalmente, a sensatez do Petrônio MedeirosEssas pessoas me encantam e eu as odeio por nunca conseguir ser metade do que elas são. No fim, sou somente eu, com toda a minha preguiça.

Recordo a infância e lembro que nunca soube responder a simples pergunta: o que você quer ser quando crescer? Não deviam fazer uma pergunta tão complexa a uma criança que acredita em fada do dente e papai noel. Não deviam deixar um adolescente de dezessete anos, que acredita que aos trinta estará rico e bem de vida, escolher sobre o que quer fazer pro resto da vida. Eu tenho vinte e cinco anos e ainda não sei o que quero fazer na vida! (E não, eu não me orgulho disso!)

Lembro-me da sensação que tinha ao ser questionada por uma simples e avassaladora pergunta como essa: Me sentia impotente. Tenho o mesmo medo que tinha, aos cinco anos de idade, e ainda continuo sem saber a resposta.

O que eu quero ser? Mas, isso é tão difícil! Como uma pessoa indecisiva e movida por momentos  pode saber o que quer ser? Eu não sei e talvez nunca saiba.

Acontece sempre do mesmo jeito, a vida me leva e eu vou como um covarde que não sabe se impor. A vida diz faça e eu faço, como um robô programado que só sabe seguir os comandos impostos a ele. E eu sempre acho que sofro do mal da humanidade: Déficit de Atenção.

Queria ser muito inteligente. Falar outro idioma. Saber o que quero fazer da vida. Tocar algum instrumento. Cantar. Compor. No entanto, vivo de começos e nunca levo nada adiante.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O cenário político de Jardim do Seridó


Hoje, tive o prazer de receber um texto sensacional de um grande amigo. Pecado seria não publicar tão belas palavras, além de compartilhar o mesmo sentimento.

"Jardim do Seridó, situada na Região Seridó, Estado do Rio Grande do Norte, comporta uma realidade política que, desde alguns anos, passa por transformações, em virtude do contingente de eleitores estar, a cada dia, se manifestando de forma cada vez mais heterogênea. Traçar o perfil do seu eleitorado, perante as mudanças verificadas no seu quadro social não é tarefa das mais simples. No entanto, pode-se perceber, num relance, através dos movimentos e dos posicionamentos dos munícipes, que a antiga credibilidade atribuída aos governantes do poder público já não goza do mesmo respaldo.
O cidadão quer se promover, tanto quanto os seus gestores e, nesse contexto, chega-se a perceber níveis de atitude tão divergentes quanto as posturas assumidas pela mentalidade popular. A decepção das massas perante as atitudes que regem os poderes dominantes é o grande fator responsável pela evasão dos direitos e, consequentemente, das esperanças num futuro melhor.
Em outras palavras, se, por um lado, o protecionismo paternalista do passado não mais encontra ressonância nos anseios da população, por outro lado, as ideologias partidárias já se encontram bastante enfraquecidas, pelo descrédito que assola, desde os mais altos escalões da política, em nível nacional, até o contexto municipal das prefeituras.
O mau desempenho nos mandatos tem implantado a dúvida, o descrédito, a proliferação das demagogias, de tal modo que, no desenrolar da realidade política, resta ao cidadão, muitas vezes, unicamente aceitar o seu quinhão de favor, por quatro anos de desmando, ou seja, de desrespeito ao que, um dia, já esteve impresso na mente das pessoas como um sonho, um ideal, ou o que mais se deseje, em termos de confiança num futuro melhor para os seus filhos e os filhos dos filhos: O futuro nas mãos de um governante.
Diante do panorama das oligarquias, dos conchavos e dos acertos dissimulados, atuantes na prática das licitações, o próprio conceito de política assume sentidos por demais diversificados, gerando um padrão de pensamento tão deturpado que propõe, num mesmo patamar ético, o lícito e o ilícito.
Desse modo, torna-se impossível focar o olhar para uma realidade particularizada, desconsiderando a conjuntura de miséria, tão mal disfarçada, principalmente porque o próprio poder já delegou sua supremacia a tantas facções que, o que se poderia chamar de democracia não passa de uma ilusão compartilhada, nos moldes de um big brother.
Surgem, então os questionamentos: Como depositar esperanças nas propostas que, para ludibriarem do melhor modo, já pertencem à agenda dos marqueteiros, munidos do melhor photoshop e de todos os artifícios postos para transformar o pleito num lance de sedução?
De que modo a população poderia ter acesso à transparência nas gestões, se a própria linguagem jurídica que, muitas vezes, defende as suas improbidades, está apontada para níveis de entendimento que escapa à ótica do cidadão mais comum?
Neste cenário, o cinismo é o fator comum que governa e, como medida de retorno, torna-se uma arma de desagrado na mão daqueles que comparecem às urnas eletrônicas; um poder de resposta pautado na mesma atitude que lhes desampara, revelado em resultados antagônicos, conduzidos pela compra e venda do voto.
A solução para este quadro de terrível desolação estaria mesmo na mão de um mero cidadão comum?
Quem, dentre os governantes, seria capaz de se comprometer com as diferentes camadas sociais, nos moldes do discurso do Imperador Romano Carlos Magno? Que programa político resistiria perante as suas propostas?
Para repousar a mente numa breve pausa, contemplemos este complexo pano de fundo, onde a verdade já não trilha o mesmo caminho, desde que as emendas políticas abriram todas as fendas possíveis da linguagem para a defesa dos réus e assim, por ordem de um “consenso”, cada peça desempenha o seu movimento neste imenso “tabuleiro de xadrez”, em que as estratégias se auto justificam a partir de golpes e mais golpes, por uma mera falta de consciência a longo prazo.
Jardim do Seridó, portanto, encontra-se permeada, em seu cenário político, por todas as mazelas comuns à crise gerada pela negação dos valores passados geração após geração, valores esses que foram diluídos, ou, por que não dizer, triturados pela vulgaridade veiculada através de uma mídia perversa e desestruturante, apesar de toda a sua pseudo pós modernidade.
É através de todo esse arcabouço, utilizado pelos meios de comunicação de massa, que se assiste, dia após dia, a perda da identidade, nos mais variados níveis: Moral, social, familiar e, enfim, individual.
Nesse contexto desolador, analisado de modo tão aparentemente pessimista, os nossos referenciais mais caros estão fatalmente comprometidos, fadados a desaparecer nessa tremenda corrente materialista que instrumentaliza, impiedosamente, a pessoa humana, reduzindo-a à condição de um mero objeto: um número a mais, ou a menos, nas urnas.
Eis aí o fator comum presente em todos os cenários políticos da nossa contemporaneidade nacional, dos quais Jardim do Seridó não pode prescindir. Afinal de contas, é a história dos paradigmas políticos do Brasil, não da Finlândia.

                                                   Bartolomeu dos Anjos Sales 16/17 de Outubro de 2012."

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Anormalidades

Porque diabos as pessoas gostam de sair por aí dizendo que não são normais? Alguém falou que isso era legal e eu perdi?
Ainda tem aquelas que dizem que o silêncio é a melhor resposta, quando essa frase já é uma resposta e, portanto, deixa de ser silêncio.
Gritam que não estão nem aí para a opinião das pessoas, quando esse "grito" já representa que a opinião das pessoas importa sim.
Porque o pessoal que diz gostar de rock faz questão de dizer que "sou rockeiro sim, e daí?". Nunca vi ninguém se incomodando com isso, além dos próprios "rockeiros". 
No dicionário, o significado da palavra anormal é: "desequilibrado, louco, cujo desenvolvimento intelectual é defeituoso.". Não conheço ninguém com tais caracterírticas ser capaz de admitir que é normal ser anormal.
Ainda mais, no dicionário, o significado de silêncio é: "silêncio mortal, silêncio absoluto. Guardar silêncio, calar-se.". Ou seja, se você fala que é melhor o silêncio, está indo totalmente contra o significado do que a palavra representa.
De repente, as pessoas começaram a ter necessidade de criar um personagem virtual bem diferente do que a pessoa é no mundo real, tenho um exemplo vivo disso na minha casa. As vezes, fico observando e tentando entender o motivo de se transformar num mutante. Para mim, mutantes tinham super-poderes e não babaquices.
Não sou nenhum exemplo de nada, mas, sinceramente, coisas pelas quais eu "não estou nem aí" não merecem que eu fique auto-afirmando isso o tempo todo. Além disso, não sei porque é legal se auto-denegrir. De onde surgiu essa ideia?
Talvez as redes sociais sejam o fim da humanidade, com a diminuição do intelecto das pessoas ao usá-las e a tentativa desesperada por um pouco de atenção. O filme Wall-E, de Adrew Stanton, tentou mostrar que a evolução da tecnologia faria uma humanidade mais burra, mais gorda. Eu trocaria a tecnologia pelas redes sociais.
Como acha Ford Prefect, um habitante de outro planeta do livro O Mochileiro das Galáxias, os humanos são entediantes e sem graça.
Quem sabe a única louca seja eu, que fica perdendo tempo escrevendo sobre coisas que me incomodam quando deveria apenas deixar que as pessoas enlouqueçam e achem o máximo suas mutações virtuais. Afinal, não importa quão babacas formos, o importante e dar ibope!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Fanatismo Político

Escrever sobre política, futebol ou religião é sempre polêmico, ultimamente, descobri que música também é um assunto polêmico. :)

Guardo este post há alguns meses. Não tenho a intenção de fazer as pessoas gostarem dele, é apenas um comentário retórico sobre o que penso.

Desde que eu era muito pequena, lembro de ver minha família e toda a cidade envolvida, com euforia e fanatismo, na questão política. Sempre achei legal e me empolgava por aquele partido que diziam que era para eu "torcer".

Porém, comecei a ver a coisa de forma mais profunda, escutando os discursos dos candidatos, entendendo a questão partidária, analisando as propostas, participando de algumas atividades e, com isso, podendo enxergar o outro lado. O lado que os eleitores, tão apaixonados, não veem. O total desapego e desprezo dos políticos para com os eleitores.

Hoje, percebo, com tristeza, que as pessoas não procuram saber sobre esses detalhes, as pessoas não se importam se fulano de tal não tem índole para governar o município, o estado, o país. As pessoas se interessam em saber o que elas (individualmente) vão ganhar com o voto delas.

Não se importam se há irregularidades no governo, não se importam se a cidade está em decadência, acham até bacana quando o candidato sai pintando todas os prédios públicos da cidade da cor da sua campanha ou quando coloca placas nos carros públicos com referência a seu partido e sua legenda. É, isso é muito bacana.

Mas, o que mais podemos esperar de nós, eleitores, que só buscamos e queremos tirar algum benefício da situação. O que esperar de alguém que está vendendo o seu voto, o seu grito de democracia, por um milheiro de tijolos ou por um emprego fantasma, e ainda tem aqueles que esperam por algo que poderá vir a acontecer. O que esperar de nós, que nem entendemos nada sobre política e saímos gritando, vangloriando aquele candidato que até ontem nunca tinha ido na nossa casa?

Depois, vamos todos, cheios de razão, questionar que são uns corruptos, que não fazem nada, que isso, que aquilo...

Corruptos? Imprestáveis? Desonestos? Ahhh! me poupem, caríssimos (e)leitores, corruptos somos nós, que nos vendemos por uma cesta básica, por um emprego, que talvez dure 3 meses, se existir. Depois correremos pras redes sociais e reivindicaremos nossos direitos, cobraremos sensatez e honestidade daqueles que nos compraram com 50 reais.

Somos tão imprestáveis que temos coragem de sair gritando e cantando o nome de um candidato, se matando por um político e xingando quem não está do nosso lado. Mas, quantas vezes saímos gritando e reivindicando nossos direitos? Ah! Fazemos isso sim, nas redes sociais.

Infelizmente, não sou uma dessas (e)leitoras como gostaria/deveria ser, não acompanho onde são empregados e o que estão fazendo com o dinheiro que nós, cada brasileiro honesto, pagamos no final de cada mês. Me culpo todos os dias por isso.

No entanto, a verdade é que observar isso, de longe e pela primeira vez, está sendo um grande tapa na minha cara. Está me fazendo ter vontade de desistir de ser um (e)leitor.

A única coisa que tenho certeza é a de que vou ensinar aos meus filhos a lerem sobre política, a procurarem informações relevantes, para que eles tenham sua própria decisão e não precisem "torcer" por ninguém só porque vê todo mundo ao seu redor torcendo.

Nas próximas eleições, não vestirei uma bandeira de cor, vestirei a bandeira do meu município, estado, país.

Para finalizar meu post, uma frase do grande e polêmico Nelson Rodrigues:
"Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem."

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Smartphones: escravidão

Eu não sou escritora, acho que é por isso que demoro tanto a escrever alguma coisa aqui, além de precisar da ajuda da inspiração, preciso não ter preguiça para escrever. E unir essas duas coisas em um dia, é difícil.

Porém, ultimamente venho observando o quanto não me dou bem com mudanças de tecnologia e sempre sou a última a fazer isso.

Há alguns anos venho ouvindo as pessoas falarem sobre android. Era um tal de android pra lá e android pra cá e eu sempre observando com cara de tabacuda as pessoas falarem e eu imaginando um robô cibernético vindo do espaço (o que é?! essa é minha visão de infância de um android!).

Tenho observado também que a cada dia, nos lugares onde eu frequento, as pessoas estão usando mais seus celulares, que agora deram um nome bonito de smartphones.

O fato é que há alguns dias meu pai liga para mim e fala que comprou um celular que homem nenhum no mundo sabe usar e que tinha android (eu pensei: poxa! agora preciso pesquisar sobre isso, até meu pai já entrou na vibe do android). Meu pai fez várias observações sobre o seu brinquedinho novo, nas quais eu ri bastante, ele não sabia nem fazer uma ligação em menos de 10 minutos, mas estava feliz pela nova aquisição!

Tenho um celular há mais ou menos uns 4 anos, mas celular mesmo, não um desses com nome bonito que inventaram agora. Ele sempre atendeu todas as minhas necessidades, eu precisava realmente de um novo, mas sempre tinha dó só de pensar em abandonar meu velho companheiro de longas datas.

O problema é que eu sou uma viciada em redes sociais, quando peguei no novo smartphone do meu pai (não sei, mas aquilo deve ter uma espécie de mandinga),  eu não conseguia mais soltar o troço, eu instalei aplicativos, jogos, etc. Eu, simplesmente, não conseguia parar de usar ao ponto de tomar posse do smartphone do meu pai, coitado não teve nem a oportunidade de "brincar" um pouquinho com ele.

Fica parecendo que quem não tem um smartphone hoje em dia, não é uma pessoa sociável. No último sábado, na hora do almoço com os amigos no intervalo da aula, todos sentaram na mesa, não trocaram uma palavra, pegaram os celulares e ficaram lá verificando todo o mundo virtual deles (inclusive eu!).

Ontem à noite, na comemoração do aniversário de um amigo, me peguei jogando angry birds. ¬¬'

No trabalho todos estão com celulares android, passamos a maior parte do tempo falando sobre aplicativos que achamos, comentando que vimos uns aos outros pelo google latitude no final de semana e mechendo nos nossos androids.

Eu, realmente, começo a me sentir um android. Estamos trocando a boa e velha companhia dos amigos, pela companhia virtual deles. Eu virei escrava desse smartphone. Acordo checando meus emails, vou dormir olhando posts no google reader. Brigo com qualquer pessoa que tente tirar ele das minhas mãos. E, mato quem me desconcentrar na hora de jogar angry bird.

Sem falar nas ilhas sociais que se formaram nesse universo. Você pode ser da turma do android, do iphone, do blackberry e afins. Mas, para não se tornar um cidadão sem "conversa" na mesa, você tem que ter um smartphone.

Acaba um monte de gente (como meu pai!) comprando por status, nem sabem usar o troço, nem sabem sobre metade das funcionalidades daquele dispositivo (eu me incluo nesse padrão!), mas tem que ter um pra poder abrir a boca e falar aos berros que tem um android, um blackberry ou um iphone. (E?)

Então meu pai comprou outro celular com android, ele não sabe usar, mas ele quer ser um coroa high tech. A próxima aquisição dele é um tablet, eu sempre odiei tablets e, provavelmente, vou roubar o dele.


p.s.: Se você não sabe o que é Android e Smartphone. Clique nos nomes dos respectivos! ;D